
A COP30, maior conferência sobre mudanças climáticas do mundo, será realizada em Belém do Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. Pela primeira vez, uma cidade da Amazônia sediará o evento, colocando o Brasil — e especialmente o Pará — no centro do debate global sobre o clima.
Mais do que uma conferência, a COP30 representa uma oportunidade histórica para o turismo, bem como para a economia e a infraestrutura da região. Com a previsão de receber mais de 60 mil visitantes, entre chefes de Estado, delegações internacionais, empresários, ambientalistas e jornalistas, afinal, Belém está passando por uma verdadeira revolução.
Por isso, explicamos, em seguida, como a cidade está se transformando e o que isso significa para o turismo em Belém, tanto no curto quanto no longo prazo.
Um novo olhar para Belém: da Amazônia para o mundo
A escolha de Belém como sede da COP30 não é apenas simbólica — ela reforça a importância estratégica da Amazônia no combate às mudanças climáticas. Pela primeira vez, então, vozes amazônicas, indígenas e ribeirinhas terão espaço direto nas negociações climáticas, o que traz visibilidade para a região e fortalece o turismo sustentável.
Além de representar o Brasil, Belém será vitrine para o mundo, mostrando, assim, sua rica cultura, culinária, biodiversidade e hospitalidade. Conheça o destino em 2026 com nosso pacote.
O desafio da hospedagem: um gargalo que virou oportunidade
Com a confirmação da COP30, o setor hoteleiro de Belém passou a ser foco de grandes investimentos. Isso porque, atualmente, a cidade conta com apenas 18 mil leitos de hospedagem, enquanto a demanda estimada para o evento gira em torno de 45 a 50 mil leitos.
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Medidas para ampliar a rede de hospedagem:
- Construção de novos hotéis: três grandes empreendimentos estão em andamento, com previsão de entrega antes de novembro de 2025.
- Parcerias com plataformas online: o governo do Pará firmou acordo com a Booking.com para incentivar o aluguel de imóveis residenciais.
- Navios como hotéis flutuantes: Belém deve receber transatlânticos para ampliar a oferta com cerca de 5 mil leitos extras.
- Uso de escolas públicas como alojamento: em caráter emergencial, algumas escolas serão adaptadas durante o evento.
- Hospedagem de luxo valorizada: um imóvel de alto padrão, por exemplo, foi anunciado por até R$2 milhões para os 11 dias da conferência.
Essa movimentação aquece o mercado imobiliário e cria novas oportunidades para anfitriões locais, que podem oferecer experiências autênticas a visitantes do mundo inteiro.
Investimentos em infraestrutura: legado da COP30 para a cidade
A realização da COP30 acelerou uma série de obras e melhorias em mobilidade urbana, saneamento, segurança e espaços turísticos. Conforme divulgou o governo estadual, são mais de 30 projetos estruturantes em andamento, com recursos de diferentes esferas de governo e da iniciativa privada.
Destaques das obras:
- Revitalização do Mercado de São Brás
- Ampliação de vias urbanas e corredores de ônibus
- Investimentos em saneamento básico
- Criação de ciclovias e corredores verdes
- Modernização do Aeroporto Internacional de Belém
Essas melhorias não atendem, contudo, apenas à conferência: elas deixam um legado permanente para moradores e para o turismo da cidade.
Polêmicas e controvérsias: os jardins artificiais de Belém
Nem tudo são flores — ou, neste caso, árvores reais. De fato, um dos temas que geraram críticas foi a instalação de estruturas metálicas que imitam árvores, chamadas “jardins artificiais”, instaladas em áreas de grande circulação para receber os visitantes da COP30.
Embora a proposta busque representar uma estética futurista e sustentável, ambientalistas e urbanistas questionam a utilidade e o custo dessas estruturas, cobrando mais investimento em vegetação nativa e soluções reais contra o calor urbano.
O episódio, enfim, serviu para reforçar o debate sobre sustentabilidade versus aparência e provocou reflexões sobre como investir melhor em soluções climáticas autênticas.
A COP30 como vitrine turística para o Brasil e o mundo
Além da visibilidade institucional, a COP30 também é uma vitrine poderosa para promover Belém como destino turístico internacional. O evento trará para o centro do debate global, por exemplo:
- a gastronomia paraense, com ingredientes únicos como tucupi, jambu e cupuaçu;
- o patrimônio histórico da cidade, como o Ver-o-Peso e a Basílica de Nazaré;
- o turismo de natureza, com passeios de barco pelos rios da Amazônia;
- o turismo cultural e de experiência, com foco em comunidades locais, saberes tradicionais e artesanato regional.
Dessa forma, essa exposição tem potencial para impulsionar o turismo mesmo após a COP30, especialmente entre viajantes que buscam ecoturismo e turismo de impacto positivo.
Conclusão: um futuro promissor para Belém e o turismo amazônico
A COP30 é muito mais do que um evento — é uma chance única para Belém se reinventar como destino turístico, melhorar sua infraestrutura e mostrar ao mundo o que a Amazônia tem de melhor.
Se os investimentos forem bem direcionados e sustentáveis, a capital paraense pode sair da COP30 mais forte, mais preparada e mais reconhecida internacionalmente — não apenas como sede de um evento, mas como símbolo da resistência climática e da hospitalidade brasileira.