Milly é uma parteira que trabalha em Londres (na Inglaterra), enquanto seu marido, Stu, é engenheiro. Sabendo que teriam poucas oportunidades para tirar férias prolongadas, eles decidiram utilizar a licença-maternidade para fazer uma viagem pelas Américas, passando inclusive pelo Brasil, com sua filha recém-nascida, Poppy.
A viagem foi planejada com antecedência (coisa que a Hurb tem o maior prazer em ajudar!), mas com a compreensão de que com um bebê a bordo, muitas coisas poderiam mudar.
Milly e Stu aproveitaram sua licença de um ano para fazer essa viagem dos sonhos. Ela comenta: “Desde o momento em que Stu e eu discutimos sobre começar uma família, há muitos anos, sempre insisti que passássemos nossa licença-maternidade viajando. Como trabalho em tempo integral como parteira e Stu como engenheiro estrutural, percebi que a oportunidade de tirarmos um ano de folga do trabalho com algum pagamento, não apareceria com muita frequência”.
Eles começaram a economizar assim que Milly engravidou, em novembro de 2020, e planejaram uma viagem para quando Poppy tivesse seis semanas de vida. Eles sabiam que precisariam ser minimalistas, levando apenas o essencial para viajar: um berço de viagem leve, uma mochila de bebê e algumas roupas.
Milly conta que planejaram o máximo que puderam, mas não tinham ideia do que iria acontecer no caminho. “Eu também não sabia como meu corpo se sentiria depois de dar à luz ou se eu realmente gostaria de ir quando nosso bebê chegasse”, diz. Felizmente, mesmo com as incertezas, eles decidiram seguir em frente com a viagem.
No entanto, nem tudo foi como planejado. Poppy nasceu por cesariana em julho de 2021 e, logo depois, Stu começou a ter fortes dores de cabeça. Pensando que era devido à privação de sono, por cuidar do bebê durante a noite, o casal não se preocupou muito.
No entanto, quando ele começou a ter outros sintomas, como tonturas e vômito, precisou fazer uma tomografia, e descobriram que Stu tinha um tumor no cérebro. Após uma cirurgia de emergência, eles descobriram que o tumor era benigno.
A recuperação de Stu foi longa, então a viagem teve que ser adiada. Quando Poppy completou seis meses e Stu se recuperou completamente, eles decidiram retomar seus planos de viagem e embarcaram para o Rio de Janeiro.
“Nunca tínhamos vindo ao Brasil antes, mas havíamos escutado ótimas coisas sobre o país. Ficamos uma semana no Rio e foi o melhor lugar para começar a viajar. Obviamente é uma cultura diferente. Ficamos impressionados com as cores e a beleza da cidade”, disse Milly.
A família aproveitou as praias e paisagens montanhosas. Em seguida, eles viajaram para a Argentina, visitando lugares como Bariloche. Depois, seguiram para a América Central, Belize e México – entre vários outros países, incluindo os Estados Unidos e o Canadá. Milly diz que Poppy balbuciou com outras crianças locais que conheceram durante a viagem.
Viajando na licença-maternidade
Viajar com um bebê não é fácil, principalmente porque a rotina da família é interrompida e o sono também. Milly comenta: “Nem sempre é um mar de rosas – dormimos juntos com Poppy, muitas vezes, acabamos amontoados em camas minúsculas”.
“Como a maioria dos novos pais, somos constantemente privados de sono – mas acho que provavelmente estaríamos tão exaustos se estivéssemos em casa. Aprendemos algumas lições valiosas ao longo do caminho. Por exemplo, planejar com muita antecedência não funciona – bebês podem ser imprevisíveis. Então, agora reservamos a acomodação no dia anterior, com a opção de cancelar, se nossos planos mudarem”, completa.
Para tornar a viagem mais fácil, é importante ter uma programação flexível, levar consigo os itens essenciais do bebê, escolher o tipo certo de alojamento e manter o bebê seguro e confortável durante a viagem. Com essas dicas, as famílias podem ter uma viagem bem-sucedida e agradável com seus pequenos companheiros de viagem.
“Viagens de mais de três horas de ônibus ou trem por vez também são proibidas; Poppy fica inquieta. Viajar durante seus cochilos funciona melhor. Acima de tudo, aprendemos a descansar quando precisamos. Não estamos mantendo um cronograma fixo, então, se gostamos de algum lugar, geralmente ficamos mais tempo para redefinir por alguns dias”, relata.
Milly acrescenta que a viagem também proporcionou momentos incríveis de aprendizado para a família. Eles foram capazes de ver de perto diferentes culturas, tradições e modos de vida. A mãe acredita que essas experiências vão ajudar a criar uma criança com uma mentalidade mais aberta e inclusiva.
“Tivemos momentos em que éramos os únicos pais com um bebê nos restaurantes, mas fomos surpreendidos pela generosidade de pessoas ao nosso redor, que ajudavam a cuidar da Poppy enquanto comíamos”, disse Milly. “Acho que ela também está aprendendo uma lição valiosa: que as pessoas são gentis e solidárias”.
A família também teve a oportunidade de explorar a natureza de maneiras que talvez não fossem possíveis se tivessem ficado em casa. Eles fizeram trilhas e caminhadas em montanhas, visitaram praias e lagoas e observaram animais selvagens em seu habitat natural.
“Não me arrependo de nada”, diz Milly. “É claro que nem todo mundo pode ou quer fazer uma viagem como essa, mas acho que vale a pena questionar as expectativas que temos em relação à licença-maternidade. É um tempo precioso que podemos usar para criar memórias incríveis com nossos filhos”.
A história de Milly, Stu e Poppy mostra que, com um pouco de planejamento e coragem, é possível fazer algo diferente e especial com o tempo em família. Viajar com um recém-nascido pode ser desafiador, mas também pode ser uma aventura inesquecível.
Mesmo que não seja possível fazer uma viagem tão longa, há muitas outras maneiras de criar momentos memoráveis durante a licença-maternidade ou paternidade. O importante é aproveitar ao máximo esse tempo com os filhos.