A crise climática tem levado a discussões sobre formas de promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Nesse contexto, o turismo de base comunitária surge como uma solução viável, pois busca integrar a preservação ambiental com o crescimento econômico das comunidades indígenas.
A Aldeia Shanenawa
No município de Feijó, no Acre, o povo Shanenawa adota o turismo de base comunitária. Assim, a Aldeia Shanenawa começou a receber turistas há três anos, oferecendo uma experiência cultural, com destaque para a medicina da floresta e o uso da ayahuasca. Como resultado, a atividade tem gerado novas oportunidades econômicas, permitindo aos Shanenawa a compra de produtos antes inacessíveis, ao mesmo tempo em que fortalece sua cultura ancestral.
Revitalização das práticas tradicionais
Além disso, o turismo tem ajudado a revitalizar as práticas tradicionais do povo Shanenawa, especialmente no que diz respeito à consagração da medicina da floresta. A juventude, por exemplo, tem aprendido com os mais velhos, como o cacique Tekavainy Shanenawa e sua filha Maya, vice-cacique da aldeia. Consequentemente, esse processo tem contribuído para a valorização das práticas culturais e o fortalecimento da identidade do povo.
Desafios e cuidados necessários
Apesar de os benefícios serem evidentes, o turismo também apresenta desafios. Por exemplo, o povo Shanenawa busca parcerias que realmente favoreçam a comunidade, pois nem sempre os acordos externos resultam em ganhos justos. Além disso, o manejo de resíduos gerados pelo turismo é um dos principais problemas que precisa ser resolvido para garantir a sustentabilidade do modelo.
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A busca por parcerias e capacitação
Por outro lado, o turismo de base comunitária necessita de parcerias que beneficiem de fato as comunidades. Nesse sentido, o Ministério do Turismo tem se envolvido em ações de capacitação para fortalecer o turismo indígena, promovendo cursos e a elaboração de planos de visitação. Essas iniciativas, por sua vez, visam garantir que o turismo contribua para o desenvolvimento local, sem comprometer a preservação da floresta.
Desafios na atração de turistas
Ademais, outro obstáculo enfrentado pelas comunidades indígenas é a dificuldade de atrair turistas. Muitos, por exemplo, não sabem como acessar os roteiros turísticos nas terras indígenas. Pedro Gayotto, cofundador da empresa Vivalá, destaca que há uma demanda reprimida, mas que as pessoas ainda não encontram facilmente os destinos.
A importância da regulamentação
Finalmente, a regulamentação do turismo nas terras indígenas é fundamental para garantir sua sustentabilidade. O Ministério do Turismo, por exemplo, está trabalhando para documentar as iniciativas e apoiar as comunidades na criação de infraestruturas adequadas para o turismo responsável. A implementação de cursos e a elaboração de planos de visitação, portanto, são essenciais para o sucesso do turismo de base comunitária nas aldeias indígenas.