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Paraíso para poucos: mais de 10 mil pessoas já morreram tentando chegar nessa ilha

paraíso mayotte

O sonho de Christian Ally Moussa era obter a cidadania francesa para viver no paraíso que é a ilha de Mayotte, um direito de nascimento que ele tinha, mas que enfrentou muitos obstáculos para tentar conseguir.

O pai era francês, mas como Christian nasceu e cresceu em Madagascar, teve dificuldades para ser reconhecido como cidadão francês. As informações são da BBC News.

Depois de anos economizando para pagar as taxas do processo, finalmente chegou a hora de reivindicar seu passaporte europeu, mas tudo mudou quando ele foi inesperadamente preso pela polícia de fronteira francesa e deportado de volta para Madagascar. Faltavam apenas algumas semanas para sua audiência no processo de cidadania.

A história não acaba aqui e o final é ainda mais trágico. Ele decidiu voltar para a audiência, sem contar a ninguém, até que, infelizmente, foi encontrado afogado na costa de Madagascar.

Ele tentou fazer a viagem em um pequeno barco de pesca conhecido localmente como kwassa kwassa. Como Christian, muitos outros tentam a mesma viagem perigosa para alcançar seu sonho de uma vida melhor.

O paraíso para poucos

Mayotte é um território francês no Oceano Índico e é a parte mais pobre da França, mas em comparação com as ilhas vizinhas de Madagascar e Comores, é considerada “rica”.

Infelizmente, a aparência paradisíaca de Mayotte esconde uma realidade cruel: a laguna ao redor da ilha é um cemitério a céu aberto, onde muitos imigrantes perdem a vida tentando atravessá-la.

 

O governo francês está planejando uma grande demolição de moradias ilegais na ilha, o que tem causado preocupação entre os moradores e ativistas de direitos humanos.

De acordo com a lei francesa, o governo precisa oferecer “acomodação alternativa adequada” para aqueles cujas casas serão destruídas. Até agora, no entanto, não há nenhum plano claro de realocação publicado, embora tenha sido oferecido a alguns residentes acomodação emergencial por seis meses.

Além disso, as deportações em massa continuam a ocorrer e muitos imigrantes são presos em centros de detenção, como é o caso da filha de um jovem pai que prefere não ser identificado. “Ela é menor de idade, não é normal que ela acabe presa, em vez de estar na escola”, diz ele.

É triste pensar que muitas pessoas arriscam suas vidas para buscar um futuro melhor, mas muitas vezes são tratadas com crueldade e injustiça. É importante lembrar que todos merecem ter seus direitos humanos respeitados e ter uma chance justa de construir uma vida melhor para si e para suas famílias.

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