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Desafio das 14 montanhas e os feitos históricos de alpinistas

Montanhas Nirmal Purja escalar

Escalar as 14 montanhas mais altas do mundo – todas com mais de 8.000 metros de altitude – é amplamente considerado um dos maiores desafios do montanhismo. Esses picos, distribuídos entre Nepal, China, Paquistão e Índia, são conhecidos por sua altitude extrema e pelos riscos envolvidos. O Monte Everest (Nepal), com 8.849 metros, é o mais alto e famoso, enquanto o K2 (na fronteira entre China e Paquistão), com 8.611 metros, é amplamente reconhecido como um dos mais perigosos. 

A conquista desses picos teve início em 1986, quando o italiano Reinhold Messner completou o desafio sem oxigênio suplementar. No ano seguinte, o polonês Jerzy Kukuczka tornou-se o segundo a realizar o feito. Desde então, muitos alpinistas têm enfrentado esse desafio. Ainda assim, o número de pessoas que o concluíram sem oxigênio é especialmente pequeno, dado o nível de dificuldade.

Entre as mulheres, a espanhola Edurne Pasaban foi a primeira a alcançar os 14 picos. Já a austríaca Gerlinde Kaltenbrunner foi a primeira a fazê-lo sem o uso de oxigênio engarrafado. Em 2023, a norueguesa Kristin Harila também entrou para essa seleta lista ao quebrar o recorde de tempo de ascensão das 14 montanhas.

🏔️ A jornada de Nirmal Purja e o Projeto Possível

O nepalês Nirmal Purja mudou o cenário do montanhismo em 2019 ao lançar o “Projeto Possível 14/7”. Seu objetivo era ousado: escalar os 14 picos mais altos do mundo em apenas sete meses, uma meta que, até então, parecia inalcançável.

Purja iniciou sua carreira no alpinismo apenas em 2012, após servir na Marinha Britânica. Para realizar o projeto, ele contou com a companhia de uma equipe de alpinistas nepaleses, incluindo vários sherpas experientes, que são uma etnia da região montanhosa do Nepal, que “povo do leste”. Assim, com um planejamento estratégico cuidadoso e grande determinação, ele conseguiu escalar todos os picos em apenas seis meses e seis dias, superando o recorde anterior de sete anos.

O uso de oxigênio suplementar acima de 8.000 metros foi uma opção escolhida por Purja para minimizar riscos e alcançar o feito em tempo recorde. Mesmo com essa assistência, o esforço de sua equipe e a complexidade da logística entre as montanhas tornam sua conquista um marco no esporte.

🎥 A história de Nirmal Purja no cinema

O impressionante feito de Nirmal Purja foi documentado e transformado no filme “14 Montanhas, 8 Mil Metros e 7 Meses”, disponível na Netflix. O documentário mostra os bastidores das expedições e a superação de desafios físicos e emocionais em uma corrida contra o tempo. 

Ele também destaca o papel crucial dos sherpas nepaleses, que acompanharam Purja na jornada e demonstraram um trabalho de equipe e resiliência fundamentais para o sucesso das escaladas. O filme, então, permite ao público uma visão privilegiada da intensidade e dos perigos das montanhas, enfatizando o legado de Purja para o montanhismo.

🧗 Kristin Harila: uma nova recordista no alpinismo

Em 2023, a atleta norueguesa Kristin Harila quebrou o recorde de Nirmal Purja ao escalar as 14 montanhas mais altas do mundo em apenas 92 dias. Harila Iniciou sua jornada com o alpinista Tenjin Sherpa, também conhecido como Lama. Ela enfrentou o desafio entre abril e julho. Seu recorde foi ainda mais impressionante porque escalou o Everest e um segundo pico no mesmo dia. Assim, ela avançou rapidamente entre os países do Tibete, Nepal e Paquistão.

Sobre o período da escalada, Harila declarou:

“Para mim, a coisa mais difícil foi ficar muito longe da minha família e perder o Natal e os aniversários. E todos esses feriados que tivemos. Minha avó morreu e eu não pude estar lá”.

Ao final de sua jornada, Harila declarou que espera que sua conquista inspire outras mulheres a se dedicarem ao alpinismo e a buscarem patrocínios, algo tradicionalmente mais difícil para mulheres nessa área. Em declarações à imprensa, ela também destacou seu desejo de ver a escalada feminina ganhar maior visibilidade e reconhecimento. Para ela, o desafio das 14 montanhas é mais do que um recorde: é uma chance de mudar a perspectiva sobre o papel das mulheres no montanhismo de altas altitudes.

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